Pular para o conteúdo principal

Você já foi para 7Além/Cetealém/Setealém?

Opa, galerinha! Turuuuuuuu bão?
Esses dias recebi um tweet da @bxxnziino falando para escrever sobre um tal de Setealém. Como ando meio distante das paradas da internet pois meu computador está uma tristeza - e por isso a falta de postagens -, fui dar aquela pesquisada na suavidade, pois não fazia a mínima ideia do que se tratava e acabei descobrindo essa parada que tem a ver com tempo/espaço/dimensão.

Há um tempo atrás um escritor e roteirista chamado Luciano Milici relatou nos comentários de uma postagens do BuzzFeed (LINK DA POSTAGEM AQUI) uma experiência um tanto peculiar que teve em 1994, fazendo com que várias outras pessoas se pronunciassem para contar histórias parecidas com a sua. Todas elas tinham a ver com um lugar que não sabemos muito bem explicar o que é ainda, mas a palavra Setealém é quase sempre mencionada. O local seria como um bairro enorme parecido com a nossa "dimensão" e também não está em um lugar específico e o tempo as vezes pode ser "meio bugado". Algumas horas aqui podem ser dias lá e uma ligação que aconteceu dias depois em Setealém pode chegar dias antes aqui.

Os principais relatos que tem no site de Milici vieram do Orkut, que foi quando ele começou, há uns 10 anos atrás, uma comunidade para ver se tinha mais gente com experiências neste lugar misterioso chamado Setealém.

Relato de Luciano Milici:




"1994. Eu estava no segundo ano da faculdade. Tinha dezenove anos e lamentava o fato de que só poderia cursar o período noturno a partir do próximo ano. Os dois primeiros anos eram obrigatoriamente matutinos, o que dificultava a busca por empregos ou estágios. Até então, minha experiência se resumia a um longo período como gerente de uma vídeo-locadora, que era como se chamava o Netflix da época.

Mesmo morando longe da faculdade, eu adorava o caminho de volta. Os longos trechos a pé até o ponto de ônibus para, em seguida, tomar o Metrô, me permitiam observar como as pessoas eram diferentes em seus trajes, gestos e falas. Tudo aquilo era subsídio para novas histórias que eu, diariamente, escrevia. Obviamente, também aproveitava o caminho para ler.

Normalmente, caminhava até lá para tomar um ônibus, qualquer ônibus – o primeiro que passasse – pois todos levavam para um ponto da avenida onde eu facilmente acessaria o Metrô. Não importava o nome, o número ou a cor do ônibus, todos obrigatoriamente iam até o fim da avenida, para então, seguirem seus itinerários. Isso era bom, porque eu não me demorava mais que dois minutos no ponto.

Naquela tarde quente de outubro, após uma exaustiva aula de Mercadologia, segui meu caminho costumeiro até uma grande e famosa avenida há alguns minutos do campus. Cheguei no ponto e coloquei um CD, acho que do Nação Zumbi, no discman. A pilha estava acabando e a voz do Chico Science parecia demoníaca. Um ônibus chegou e parou. Entrei e substituí o discman por um livro.

Em média, o trajeto demorava de vinte e cinco a trinta minutos por causa do trânsito e, quando eu tinha sorte de encontrar um banco vazio, lia várias páginas. Naquele dia, nem quinze minutos se passaram e senti a mulher ao meu lado, no banco, me cutucar. Parei de ler e olhei para ela.

- Você não vai para Setealém, vai? – ela perguntou.

Apertei os olhos, tentando entender o que ela havia dito. Teria sido Santarém?

Ela insistiu:

- Esse ônibus vai para Setealém. É melhor você descer.

Sorri para ela. O nome “Setealém” havia ficado claro, mas o conselho não fazia sentido. Olhei para os lados e todos, absolutamente todos do ônibus estavam me olhando. Uma outra mulher, em pé, um pouco mais à frente, falou:

- É, vai...desce, moço.

Próximo a ela, um rapaz com uma pasta na mão acenou positivamente com a cabeça e foi mais incisivo:

- Desce aí!

Antes que eu perguntasse o que estava acontecendo, o cobrador – que também me olhava, com o maço de notas na mão – gritou para o motorista:

- Vai desceeeeer!

O ônibus parou na hora. Ali não era um exatamente um ponto, mas eu não liguei. Levantei-me rapidamente do banco e fui em direção à porta aberta. As pessoas no corredor abriram caminho acompanhando-me com o olhar.

Desci.

Confesso que, na hora, dezenas de pensamentos me ocorreram. Seria um ônibus particular? Não. Havia um cobrador, afinal de contas. Teriam me confundido com alguém? Talvez. Assim que pisei no asfalto, o ônibus retomou o caminho, até que, estranhamente, virou à direita em uma ladeira de paralelepípedos. Um trajeto incomum.

Aquele nome "Setealém" nunca mais saiu da minha mente. Seria um bairro? Uma cidade? Perguntei aos meus conhecidos e até olhei no Guia de Ruas, uma espécie de Waze do século passado, onde seu dedo indicador fazia o papel do carrinho. Ninguém nunca reconheceu esse nome nas proximidades ou até em outro lugar do mundo.

Sei que, dias depois, passei a sonhar com Setealém e, desde então, pelo menos uma vez por mês me vejo em suas estranhas ruas, durante o sono."

---------------------------------------------------

Quando eu me refiro ao tempo em Setealém ser diferente do daqui, me refiro a este relato:


"Antônia, enfermeira de 40 anos, comentou o seguinte:

“Aconteceu nessa semana, pessoal. Eu tava vendo televisão. Minha filha, Patrícia, de 7 anos, estava brincando na sala. Ela fez um risco em um papel e falou:

- Mamãe, falta isso de dias pra eu ir na festa na casa do papai!

Ela estava certa. Faltava um dia para a tal festinha. Antes que eu falasse algo, o telefone tocou. Bem na hora da novela! Atendi com raiva. Principalmente porque a extensão da sala estava quebrada e eu tive que atender no meu quarto. Era um homem com voz estranha. Muito grossa e áspera.

- Senhora Antônia? A senhora é mãe da menina Patrícia?

- Sim, sou eu. Quem quer saber?

- A senhora precisa ir até a escadaria do condomínio buscar sua filha.

- Escadaria? Que escadaria? Qual condomínio?

- Eu não sei, senhora. Ela não estava vestida com uma camiseta verde quando desapareceu? A

senhora pode ir até a escadaria do condo...

- Camiseta verde? Minha filha nem tem camiseta verde, seu maluco! Escuta aqui. Vou ligar para a polícia, tá? Minha filha tá aqui na sala comigo. A gente mora em sobrado e não em condomínio. Fica passando trote a essa hora, seu...

O homem desligou.

Corri até a sala e Patrícia estava lá, quietinha com seu caderno e um monte de giz de cera.

Ontem, mandei a Patrícia para a casa do pai dela, para a festinha. Coloquei nela uma blusinha cor de rosa e uma jaqueta por cima. Meu ex-marido me trouxe ela de volta à noite. Patrícia me agarrou muito forte quando me viu. Perguntei se tudo tinha ido bem, ele disse que antes de trazê-la, passou no prédio da nojenta da nova namorada dele e que a Patty derrubou suco na blusa e, por isso, ele precisou pegar uma camiseta emprestada da filha da namorada dele.

Isso mesmo, minha filha estava com uma camiseta verde.

Quis saber se tinha acontecido algo de estranho além disso, ele respondeu que não. Falou que Patrícia saiu da festa toda feliz, mas que na volta ficou estranha e séria. Realmente, minha filha estava muito esquisita.

Quando ele foi embora, tentei conversar com Patty, mas ela não se abriu de início. Insisti muito e ela contou que quando desceu as escadas do prédio da namorada na frente do pai, ela se perdeu e foi parar em um outro prédio chamado Setealém. Ela disse que ficou chorando alto e chamando pelo pai, até que um homem bonzinho, com olhos amarelos, pegou ela e levou pra casa dele.

- Credo, filha, que história maluca é essa? Você não se perdeu do seu pai, não. Ele te trouxe! Tá tudo bem – falei, com a nuca gelada.

- O homem bonzinho com olho amarelo telefonou pra cá, mamãe, mas você disse que pra ele que ia chamar a polícia e que eu tava aqui com você e ele desligou. Depois, ele me mandou descer a escada do prédio de novo e o papai me encontrou.

Somente agora pouco, antes de eu entrar no Orkut, é que minha filha veio me mostrar uma folha de papel com sete riscos. Perguntei o que era aquilo e ela falou:

- Foi isso de dias que eu fiquei na casa do homem, longe de você, mamãe.

Não sei o que dizer. Minha filha passou apenas algumas horas longe de mim, mas consegue contar com convicção cada um dos detalhes dos sete dias em que ficou hospedada na casa do homem bonzinho de olhos amarelos que mora em Setealém."

--------------------------------------

Há também um relato de uma garota da Bahia que diz que alguns motoboys da sua cidade relatam ter ido para Setealém:


Elisa, da Bahia, postou o seguinte comentário:

“Oi, me chamo Elisa e tenho 17 anos. Não esquentem com esse negócio. Aqui na minha cidade (sou nordestina, tá?) três amigos meus vivem falando de Setealém, Setealém, Setealém. Eles falam que já foram para lá e conhecem gente que veio de lá e se perdeu aqui. Eles trabalham na rua levando documentos e enrolando.

Não sei se eles estão cheirados, mas contaram que esse lugar é que nem um bairro. Você vai pra lá sem querer e quando volta não consegue achar mais a entrada. Falaram que é muito parecido com aqui, mas que tem umas diferenças que dão medo. Também falaram que é lugar muito grande mesmo.

Meu amigo Giba disse que o pessoal de Setealém sabe daqui, mas que a gente não pode saber de lá ainda. Uma garota de lá que ele conheceu falou que algumas autoridades daqui conhecem Setealém, mas não contam pro povo porque não iam saber explicar o que é aquele lugar. Eu acho tudo mentira, mas como encontrei essa comunidade, quis contar.

Eles me falaram que muitas pessoas que sumiram, na verdade, foram para lá e não acharam mais a saída.

O Peterson inventou a pior das mentiras. Ele falou que encontrou o Marcelo, primo dele que desapareceu nos anos 80. Ele disse que conversou com o cara e ele nem sabe que está desaparecido. Ele acha que ainda tá nos anos 80, imagina só! O Peterson falou que esse primo dele tá preso nos anos 80. Que bosta, né? Mentira lascada.

Só entrei aqui pra contar isso.”

--------------------------------------------------

Na Creepypasta Brasil tem um relato a mais de uma amiga da escritora do blog que você pode VER AQUI.

O mais estranho disso tudo é que eu fico com uma sensação de já ter ouvido esse nome antes, mas talvez seja influência de tanto pesquisar sobre Setealém, não sei.
É estranho também saber que é algo como um bairro porque isso me lembra alguns sonhos que eu tenho que se repetem no mesmo lugar, quase nunca é a mesma coisa que acontece e não é o mesmo local como a mesma rua ou sala, etc, mas dá pra saber que é um lugar enorme, como um bairro mesmo e apesar de parecer com uma cidade normal sempre tem algo estranho e sempre que acontece é um sonho bastante real e tudo tem uma "vibe" muito estranha, as pessoas e etc e eu nunca consigo explicar direito como é.

Luciano também tem um canal no youtube onde ele lê alguns relatos e atualiza com informações sobre Setealém. Neste vídeo em específico, o primeiro que ele fez sobre o assunto, ele recebe um e-mail muito estranho de uma suposta intermediária de Setealém.


(eu escrevi o meu relato ali em cima antes de ver esse vídeo, mas o do sonho é parecido com o meu)

No canal tem mais vídeos sobre o assunto, vale a pena dar uma olhada. E caso você tenha algum relato sobre Setealém, comenta aí ou manda no meu e-mail! Manda pro Milici também para atualizar os relatos dele.

Site de Luciano Milici com várias coisas bacanas e claro, informações sobre Setealém: http://www.lucianomilici.com/o-que-e-setealem

Página para discussão no Facebook: https://www.facebook.com/cetealem/?ref=ts&fref=ts

Página que eu criei sobre o assunto: https://www.facebook.com/setealem/?ref=ts&fref=ts

Twitter misterioso: https://twitter.com/setealem

Outro Twitter bizarro: https://twitter.com/_7Alem_

E aí, você já foi para Cetealém?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nasubi, o Homem Berinjela Pelado

Susunu! Denpan Shonen é um reality show de 1998 - 2002 que testa os limites humanos de isolação. Algo parecido com aquele filme Oldboy , onde um homem é sequestrado e passa anos isolado em um quarto. Quem lembra daquele programa chamado Solitários que passava no SBT? Para quem não lembra ou não sabe do que se trata, o programa era um reality show baseado em um americano de mesmo nome (Solitary), onde 9 pessoas eram isoladas em cubículos. O objetivo do programa era algo como um experimento social, testando os limites emocionais e físicos das pessoas no programa. O objetivo era ganhar um prêmio em dinheiro, e ao longo do programa também havia outros pequenos prêmios como ligações para a família, doces e outras coisas para "animar" as pessoas para os outros desafios que vinham. O programa estreou em 2010 e infelizmente só rendeu 2 temporadas. Quarto de Solitários Não seria de grande surpresa se eu dissesse para vocês que os primórdios desses reality shows vie

Perfection Girl

Esse é um meme que se espalhou por aí, mas o que ninguém sabe é que existe uma história por trás dessa brincadeira. Ela estava no Canadá, e ela morreu por beber anti-congelante.  Seu nome era Mary-Ann Rialeb, ela estava em uma festa, em um apartamento de um veterano do colégio, em Vancouver. O irmão mais novo desse veterano aparentemente batizou algumas bebidas com anti-congelante para fazer com que as garotas ficassem bêbadas mais rapidamente, mas ele não sabia que era veneno e que poderia matá-las. A única que bebeu o veneno foi Mary-Ann, e ela já tinha bebido outras coisas antes. Ela ficou estranhamente bêbada, e começou a reclamar que não estava enxergando nada. O garoto a convenceu a tirar as roupas e posar para algumas fotos. Ele saiu para pegar a câmera, deixando a garota sozinha no quarto. Quando ele voltou, perguntou novamente se não tinha problema em tirar as fotos, e como ela não respondeu nada, ele entendeu que estava tudo bem e tirou uma ou duas fotos

A Frequência Kirlian

Imagine uma cidade que todo mundo conhece alguém que mora lá, mas ninguém sabe direito como chegar. Não se encontra no mapa, o caminho é um labirinto e se você tiver muito azar pode cair por lá. Essa é a cidade Kirlian! E essa série é focada na rádio que todas as noites você pode sintonizar e ouvir as notícias ou você mesmo ligar pra lá e contar alguma história macabra que aconteceu na cidade. Os personagens não tem traços marcantes, além do mais seus rostos são escuros e nós vemos apenas suas silhuetas, no máximo seus olhos e cabelos, mas suas histórias podem ficar guardadas na sua mente para sempre. A Frequência de Kirlian teve seu piloto em 2009, mas apenas em 2015 a continuação, que durou apenas 5 episódios com menos de 10 minutos, ocorreu. Em meio de 2018 a série sumiu da internet, e só agora em fevereiro de 2019 teve seu lançamento na Netflix. A obra é argentina e foi criada por Cristian Ponce. Sobre Kirlian, todos da cidade sabem que não devem sair a noite, que as vez