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A Chamada

Eram nove horas da manhã quando o telefone de Alice tocou pela primeira vez naquela quinta-feira. Ela estava na cozinha lavando a louça e saiu correndo pra atender, mas não deu tempo. Olhando o histórico de chamadas, viu que era Letícia, sua namorada. Tentou retornar... não atendeu. “Estranho”, pensou. Ligou ainda mais duas vezes antes de voltar pra louça na pia. Por precaução, deixou o celular perto. Quinze minutos depois, Letícia liga.

- Você me ligou? – ela disse, com voz de sono, do outro lado da linha
- Sim, você ligou primeiro. O que foi?
- Eu tava dormindo, não liguei pra você. Acordei agora...
- Ué... Quem ta aí com você?
- Ninguém, amor, eu to sozinha em casa.
- Certeza, Lets? Alguém pode ter me ligado do seu celular!
- Meu celular tem senha, você sabe...
- Que estranho... Hum... Vai ter aula hoje?
- Não, hoje o professor liberou a gente. E você?
- Eu tenho, mas... Acho que vou faltar! Vai ficar sozinha até que horas?
- Hoje o dia inteiro, meu irmão só volta a noite e minha mãe tá viajando. Quer passar aqui?
- Já ia me auto convidar! Tô saindo!
Alice terminou de lavar a louça, pegou o casaco e a bolsa e saiu. O dia estava frio, mas o sol brilhava e o céu estava sem nuvens. Estranhamente, as pessoas na rua pareciam estar vestidas para um dia quente de verão. Mas Alice sentia frio, muito frio. Já na parada de ônibus, o telefone toca novamente. Era Letícia.
- Que foi, amor? Tô na parada já!
Do outro lado ela ouve uma respiração pesada e um soluço, alguém chorando.
- Lets, ta tudo bem?
Nenhuma resposta. Apenas o choro.
- Letícia, responde! Amor o que houve?
- Eu sinto tanto a sua falta, Alice... – a voz respondeu
- Calma eu tô chegando, o que aconteceu?
- Eu queria ter te dito antes o quanto eu te amei...
- Letícia?
- ... o quanto eu queria estar com você agora...
- Amor do que você... – a voz parecia não ouvir Alice. Apenas continuava a falar.
- ... eu sinto muito. Me perdoa, eu devia ter te ouvido... por favor... se ainda der tempo... não me deixa sair de casa... não importa o quanto a gente brigue... por favor... não me deixa sair...
- Letícia, que brincadeira é essa?
- ... no dia 31 de outubro de 20**. Não me deixe sair! É escuro aqui... e tem... alguma coisa... nas sombras... não me deixa sair... eu sinto alguma coisa me olhando... querendo me devorar... tem algo nas sombras, Alice... por favor... eu te amo, não me deixa sair...
Um ruído de sucção alto e o som de Letícia sufocando, depois, uma voz sussurrante que disse, repetindo várias vezes: E PATAIL OM SHAMIOR REÁ IS DRABR. SUIGUX AN BERQUÉ A REDEERDO. Alice parou olhando o celular, a voz ainda sussurrando. Desligou. Se era alguma brincadeira, não tinha graça. Pensou em desistir de visitar Letícia, mas a curiosidade de tirar a história a limpo foi mais forte, apesar da irritação. Subiu no ônibus na quadra 4 do Setor Sul do Gama em direção a Taguatinga. A chamada misteriosa martelando em sua cabeça. As palavras sussurrantes ainda estavam frescas e, instintivamente, Alice teve a intuição de anotá-las. Anotou também a data... 31 de outubro, dia das bruxas... faltava apenas dois dias. Seria uma tentativa de assustá-la? Alice não resistiu, teve que ligar de novo pra Letícia.



- Oi, amor, já tá vindo?
- Ah, então você tá bem? Que ligação foi aquela, Letícia? – Alice estava irritada
- Que ligação?
- Você me ligou chorando, falando pra eu não deixar você sair de casa dia das bruxas, falando que tinha algo nas sombras e ainda por cima alguém ficou sussurrando alguma coisa sem noção no telefone. Que porcaria foi aquela?
- Eu não te liguei, amor!
- É o seu número que tá aqui!
- Não, só você que me ligou hoje, não liguei nenhuma vez! Te mostro meu celular quando você chegar!
- Olha se isso for alguma brincadeira de Halloween pra me assustar eu vou ficar muito puta com você!
- Eu não to fazendo brincadeira nenhuma! Eu juro que não te liguei hoje, te mostro meu celular! E ninguém usou meu celular pra te ligar.
Por mais que quisesse negar, Alice estava começando a ficar assustada.
- Ok, quando eu chegar aí eu vejo. Já tô no ônibus.
- Tô te esperando, amor.
Alice desligou. Intrigada, Letícia foi conferir as ligações no celular. De fato, nenhuma ligação havia sido feita para Alice desde a que ela retornara aquela manhã. Letícia também começou a se assustar. Como Alice ainda iria demorar, foi tomar um banho. Levou o celular junto, caso Alice ligasse. Não parecia que a namorada havia inventado aquela história de ligação pra assustá-la. A moça começou a desconfiar. O dia das bruxas se aproximava e ela queria sair pra uma festa gótica que teria no Conic. Ela nunca tinha ido numa festa lá, estava ansiosa, pois um amigo de internet iria encontrá-la por lá. Seu nome era Enrico. Assim como ela, ele era bruxo, mas dizia seguir uma linha mais “pesada”. Letícia nunca concordou com as práticas do amigo, mas quem era ela pra julgar? A festa seria no subsolo da Faculdade Dulcina de Moraes. Dizem que a falecida Dulcina, grande atriz brasileira, ainda assombra a faculdade que fundou. Um ótimo lugar pra uma festa gótica no dia das bruxas. Saiu do banho, secou o cabelo – o outrora brilhante tom de verde-esmeralda via-se agora desbotado em algumas partes – foi conferir o celular. Trinta e uma chamadas perdidas de Alice. O telefone tocou novamente.
- Amor o que foi? Que paranoia é essa de me ligar trinta vezes?
- Letícia você me ligou de novo!
- Eu tava no banho, como é que eu ia te ligar?
- Olha isso não tem graça! Quem tá aí com você?
- Ninguém, Alice, eu tô sozinha em casa! Já falei!
- Dessa vez eu gravei a ligação, eu não tô ficando louca, Letícia, você me ligou! E foi exatamente igual!
- Amor, como assim “exatamente igual”?
- Igual, o tempo, o tom, tudo!
- Como eu posso estar te passando um trote desses e fazer tudo exatamente igual?
- Eu não, sei! É uma gravação talvez!
- Alice, pelo amor da Deusa, EU NÃO TE LIGUEI!
- Eu to chegando em 20 minutos, vou te mostrar!
E desligou. Agora Alice estava assustada. De fato, como poderia Letícia ter repetido tudo exatamente como antes? Era uma gravação, só pode! Algum truque pra assustá-la. Mas por quê Letícia estava fazendo aquilo? Essa pergunta não parava de martelar. E nenhuma resposta fazia sentido. Mas aquela chamada que ela gravara haveria de trazer alguma luz. Ela deu o sinal. O ônibus parou. Ela correu em disparada para a casa da namorada, ignorando o cansaço e todos a sua volta. Bateu na porta quase sem fôlego. Letícia abriu.
- Amor, você correu?
- Eu...arf... tenho que te mostrar... arf... a... arf... chamada...
- Alice, eu não te liguei!
- O celular!
Elas entraram. Ambas combinaram de mostrar as chamadas feitas e recebidas.
- Aqui! Você me ligou! – gritou Alice
- Ah... essa foi aquela hora que retornei suas chamadas... mas fora essa não tem nada. Deixa eu ver o seu!
Lá estavam as ligações recebidas. Três delas. Uma não atendida.
- Viu? Mas amor, eu não te lig... – o telefone de Alice começou a chamar. Na tela o nome: Letícia.
- Mas que porra é essa? – falou Alice. Calada, Letícia mostrou o celular. Não havia chamada.
- Atende no viva-voz! – sugeriu Letícia. Elas escutaram.
- Eu sinto tanto a sua falta, Alice... Eu queria ter te dito antes o quanto eu te amei, o quanto eu queria estar com você agora... Eu sinto muito. Me perdoa, eu devia ter te ouvido... por favor, se ainda der tempo, não me deixa sair de casa... não importa o quanto a gente brigue... por favor, não me deixa sair no dia 31 de outubro de 20**. Não me deixe sair! É escuro aqui... e tem... alguma coisa... nas sombras... não me deixa sair... eu sinto alguma coisa me olhando... querendo me devorar... tem algo nas sombras, Alice... por favor... eu te amo, não me deixa sair...
E depois o barulho de sucção e a voz sussurrada:
- E PATAIL OM SHAMIOR REÁ IS DRABR. SUIGUX AN BERQUÉ A REDEERDO! E PATAIL OM SHAMIOR REÁ IS DRABR. SUIGUX AN BERQUÉ A REDEERDO! E PATAIL OM SHAMIOR REÁ IS DRABR. SUIGUX AN BERQUÉ A REDEERDO!
- AMOR DESLIGA ISSO, RÁPIDO! – gritou Letícia, chorando. Alice desligou. – QUE PORRA É ESSA? EU NÃO GRAVEI ISSO, EU NÃO...
- Lets, calma! Eu acredito em você, amor, não se preocupe! – disse ela abraçando Letícia. – Desculpa, eu realmente achei que fosse uma brincadeira sua... Desculpa...
- Alice a gente tem que descobrir o que é isso... me manda a gravação, vou enviar pro Enrico, ver se ele descobre.
- Aquele seu amigo de Santa Catarina?
- É...
- Lets eu não gosto muito dele...
- Eu sei, mas não conheço outra pessoa que mexe com essas coisas.
- Ele só quer te pegar...
- Alice, você vê outra opção?
- ... Ok... Manda.
Elas enviaram pelo facebook. Enrico respondeu:
“A mensagem sussurrada no final é um anagrama para ‘O portal de Samhail irá se abrir. Sangue de bruxa é requerido.’ É a única coisa que posso dizer sobre isso”
“O que isso quer dizer?”
“Que alguém vai se ferrar”
“Quem?”
“UHAUHAUHUAHUAHUAHUHA”
“Enrico?”
“Por que você tá rindo?”
“S.I.R.3110”

Depois disso ele ficou off-line.
- Esse puto não ajudou em nada! – exclamou Alice revoltada.
- Amor, ele decifrou o anagrama!
- É... como ele sabia que era um anagrama?
- Ele sabe dessas coisas...
- Você não vai ver esse cara!
- Alice!
- Lets, isso é muito suspeito. Como esse cara decifrou isso tão fácil? Em menos de um minuto?
- Ele é... inteligente...
Alice não se convenceu. Preparou um chá pra Letícia e as duas subiram pro quarto dela. Veriam algum filme juntas comendo alguma besteira. Se não fosse a paranoia do telefone tocar de novo. Mas não tocou. Acabaram dormindo e acordaram na hora que Guilherme, irmão de Letícia, chegou. Não mencionaram as chamadas. Como já era tarde para Alice voltar para o Gama, acabou ficando por lá mesmo.
Durante o tempo que dormiu com a namorada, teve pesadelos terríveis onde via Letícia cercada por sombras enormes com formatos esdrúxulos, farejando a moça como se a quisessem devorar. Letícia teve pesadelos também. Mas com um homem. Este homem era alto, corpulento e com os olhos incrivelmente pequenos para as órbitas, a pele era vermelha como sangue e tinha tatuagens pelo corpo que pareciam as cenas do inferno e uma enorme língua bifurcada que não parava dentro da boca, cheia de dentes podres. Os cabelos eram longos e pretos, as mãos e pés gorduchos possuíam unhas compridas e pontiagudas e ele estava nu. No sonho esse ser demoníaco a chamava com uma voz doce e inebriante, Letícia sentia-se hipnotizada e compelida a seguí-lo. Porém quando se aproximava, o ser abria a boca, deixando-a enorme, como que para devorá-la de uma só vez.
Depois de compartilharem seus pesadelos, as duas namoradas não conseguiram mais dormir. No dia seguinte teriam aula e Alice não poderia faltar mais. O telefone de Alice tocou naquela madrugada às três da manhã. A mesma mensagem. Foram pra faculdade juntas, Alice para a aula de Mito e Filosofia e Letícia para Cálculo II. Saindo da aula foram almoçar juntas. O celular de Alice tocou uma da tarde. Depois tocou às dez da noite. Como que a mensagem não se modificasse, elas se convenceram de que era algum tipo de trote.
No sábado era a festa e o dia que Enrico chegaria ao distrito federal. Letícia, apesar das chamadas estranhas, estava animada para a festa. Alice nem tanto. Combinaram de se encontrar no Gama pra se arrumar e partir para o Plano Piloto. Quando já estavam prontas, Alice retrucou:
- Não quero ir – disse Alice – Não quero conhecer esse tal de Enrico. Não gosto do Conic e acho que essa festa vai dar merda.
- Você só tá com ciúmes! Vai ser legal sim!
- Eu tô com um mal pressentimento...
- Ainda por causa das ligações? Devia ser trote!
- Pra mim parecia uma ameaça... Qual é, amor, vamos ficar em casa... só eu e você... – disse, tentando jogar charme
- Não posso dar bolo no Enrico, Alice!
- Você já me deu bolo antes!
- Mas ele veio de outro estado pra me ver! Qual é?
- Lets, eu sei o que eu to dizendo, essa festa não é uma boa ideia!
- Então não vai! Que droga!
- Não vou deixar você ir sozinha!
- Eu não sou grudada em você, caramba! Não quer ir, beleza, eu vou sozinha!
- Esse Enrico tá a fim de você, Letícia, não vou deixar você ir só!
- Deixa de ser paranoica...
- Sozinha, você não vai!
- Então vem comigo!
- NÃO!
- ENTÃO EU VOU SOZINHA! – Letícia saiu, batendo a porta.
Alice ficou paralisada, enquanto no momento em que a porta batia, seu celular tocava. “Letícia”. Não ia atender, já sabia que seria a mesma coisa, mas depois de longos minutos, sentiu que devia.
- VOCÊ NÃO DEVIA TER ME DEIXADO IR, ALICE! TEM ALGUMA COISA NAS SOMBRAS, ELES ME QUEREM! ELE ME QUER, ALICE!!! O TEMPO TA ACABANDO, VOCÊ NÃO DEVIA TER ME DEIXADO SAIR!!! – os gritos foram abafados e a outra voz, dessa vez clara e em bom português, disse: - O SANGUE DA BRUXA SERÁ DERRAMADO! SAMHAIM IRÁ REINAR!
Ela não soube o que fazer a não ser correr atrás de Letícia. Correu o máximo que pôde, correu mas não chegou a tempo na parada. Viu apenas sua namorada subindo no ônibus e este partindo. “Droga!”, pensou. Correu para o Pistão Sul, ia tentar pegar o ónibus lá. Chegou com os pulmões em chamas a tempo de parar o ônibus e entrar... Não era o mesmo onde estava Letícia. Só restava agora encontrar com ela no terminal... Chegando lá não deu sorte de novo, viu a namorada dentro do BRT que partia, não deu tempo sequer de correr. O telefone toca novamente. Ela atende. Os gritos de sua namorada ecoam do outro lado como se ela estivesse sendo torturada. A segunda voz diz, rindo:
- SUA NAMORADA TEM UM SABOR MAGNÍFICO, ALICE!!! O SANGUE DELA TEM O GOSTO DOS ANJOS... NEM PARECE QUE É UMA BRUXA!
- Se você machucar a Letícia eu juro que eu vou MATAR VOCÊ!
- NÃO VAI CONSEGUIR SEQUER SALVAR SUA NAMORADINHA, QUANTO MAIS ME MATAR! O SANGUE DA BRUXA JÁ FOI DERRAMADO. SAMHAIM IRÁ REINAR!
A criatura desligou. Naquele momento estacionava outro BRT. Alice correu para entrar. Já era quase onze horas da noite quando finalmente Alice chegou na rodoviária do Plano Piloto. Ela não perdeu tempo, correu direto pro Conic. Na entrada da festa perguntou por Letícia, disseram que ela ainda não havia entrado. Mas Enrico sim. Resolveu entrar e esperar que Letícia chegasse. Pelo menos manteria os olhos em Enrico. Entrou, desceu no subsolo, estava lotado. Tocava Enjoy the Silence quando ela viu Enrico encostado no balcão do bar. Ela se aproximou.
- Cadê a Letícia? – ela foi direta
- Educação mandou lembranças! Primeiramente, boa noite, milady, estou muito bem, obrigado e não, eu não vi sua namorada, ela deveria estar com você!
- A gente brigou e ela saiu sem mim...
- Ah... por causa das ligações?
- Não... Porque eu fui uma idiota mesmo...
- Hum...
- O que você quis dizer com “S.I.R.3110”?
- Tá rolando esse código na Deep Web. Dizem que abre o portal de Samhaim.
- O demônio?
- Esse mesmo. E dizem que só pode ser usado dia 31 de outubro mediante o sacrifício de uma bruxa.
- Por que diabos você não falou isso antes?
- Se eu falasse não ia trazer você aqui.
- O quê?
- Você achou que fosse a Letícia? Não, milady, era você o tempo inteiro.
- Mas eu não sou bruxa!
- Claro que é, tá no sangue.
- Você é maluco sabia? Onde tá a Letícia?
- Nesse momento na rodoviária, saindo da pastelaria. Ela ficou com fome e foi fazer uma boquinha. Vai chegar a tempo de ver os fogos de artifício.
- Eu vou embora daqui!
- Pode tentar! Não dá mais tempo... Se eu fosse você ligava pra sua namorada...
- Seu doen...
Letícia subia as escadas da rodoviária em direção ao Conic quando ouviu o barulho e sentiu a explosão. Quase caiu escada a baixo. Meio desorientada, terminou de subir pra ver o que tinha acontecido. Pelo visto o Conic tinha explodido, e com ele a festa para onde ela se dirigia.
Quando saiu a lista das vítimas, lá estava o nome de Alice. Letícia não se conformava. Uma semana depois ainda não havia superado. Mal saída da cama, não comia, não falava. Até que um dia o telefone tocou. “Alice”

Por: Lilla Adhlyss

Comentários

  1. wow muito foda! eu fiquei pensando o tempo inteiro que a letícia que ia morrer... meu god

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